Para Mario Lopes, terapeuta, a mudança na jornada de trabalho pode impulsionar a saúde mental e a produtividade dos colaboradores

 

Maior engajamento, melhor desenvolvimento profissional e pessoal, aumento da criatividade, maior capacidade de resolução de problemas e diminuição de afastamentos são apenas alguns dos benefícios que os trabalhadores poderiam alcançar com a aprovação do fim da escala 6×1 na jornada de trabalho.

Uma mobilização nas redes sociais tem gerado um debate significativo sobre a jornada de trabalho e a possível alteração de direitos dos trabalhadores previstos na Constituição. Conforme a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela Deputada Federal Érika Hilton (PSOL-SP), a nova escala de trabalho proposta seria de no máximo quatro dias de trabalho seguidos por três dias de descanso, ou seja, uma jornada 4×3, substituindo o modelo atual de 6×1. O vereador do Rio de Janeiro Rick Azevedo, também do PSOL e criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), tem sido um dos principais defensores dessa mudança.

“Essa mudança não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para aumentar a produtividade e o bem-estar organizacional. A redução da carga de trabalho pode resultar em ambientes que promovem a saúde mental dos profissionais, reduzindo custos com afastamentos e rotatividade, ao mesmo tempo, em que criam um clima de confiança e colaboração. Esse tipo de ambiente é essencial para impulsionar o desempenho das equipes. O cuidado com a saúde mental, sem dúvida, é o alicerce para o desenvolvimento sustentável das empresas e o sucesso coletivo”, afirmou Mario Lopes, terapeuta e especialista em saúde mental no trabalho.

“É importante, no entanto, que se crie uma estrutura econômica adequada para esse novo modelo de jornada. Não devemos agir precipitadamente apenas para atender uma demanda crescente nas redes sociais. Precisamos ouvir todas as partes envolvidas. Acredito que, com a evolução do debate, será possível encontrar um consenso que beneficie tanto os trabalhadores quanto os empregadores. Para isso, o envolvimento dos setores econômicos e do Ministério da Saúde é fundamental para garantir que essa mudança aconteça de forma equilibrada e sustentável”, acrescentou o terapeuta.

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