A falta de profissionalização na gestão e a ausência de um planejamento sucessório estruturado estão entre as principais causas da alta taxa de mortalidade das empresas familiares no Brasil. Embora representem cerca de 90% dos negócios do país, segundo dados do IBGE, apenas 30% conseguem chegar à terceira geração. Esse cenário revela o quanto a gestão baseada apenas em laços familiares, sem critérios técnicos e estratégias de governança, pode comprometer a continuidade e o legado dessas organizações.

De acordo com Claudia Blaia, especialista em desenvolvimento de liderança em empresas familiares, com mais de 30 anos de experiência no mercado, profissionalizar a gestão vai muito além de “organizar a casa”. Segundo ela, o processo envolve reduzir conflitos, fortalecer a comunicação interna, criar uma estrutura segura e harmônica, com papéis e responsabilidades bem definidos.

> “Profissionalizar não é tirar o caráter familiar da empresa, mas permitir que ela cresça com base em critérios técnicos, boas práticas de governança e planejamento estratégico. Isso garante a sustentabilidade do negócio e a harmonia das relações familiares”, destaca Claudia Blaia.

A especialista explica que a ausência de planejamento sucessório, de governança corporativa e de apoio especializado são fatores que comprometem fortemente a longevidade das empresas. Quando as decisões se baseiam apenas em laços afetivos ou hierarquia familiar, sem clareza de papéis e metas, a empresa corre o risco de perder competitividade e de se fragilizar diante das mudanças do mercado.

Empresas que investem em modelos de gestão profissional, com conselhos consultivos, políticas claras de sucessão e capacitação de herdeiros e executivos, tendem a apresentar maior estabilidade, crescimento sustentável e melhores resultados financeiros.

Além disso, Claudia reforça que a profissionalização também favorece a inovação e a atração de talentos, elementos fundamentais para a continuidade dos negócios em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo.

“Quando a empresa familiar entende que profissionalizar é um ato de preservação do legado e não uma ruptura com a história, ela dá um passo decisivo rumo ao futuro”, afirma a especialista.

Share.