No cenário desafiador das identidades marginalizadas, Bruna Luisa Gago, aos 24 anos, emerge como uma voz potente, tecendo discussões cruciais sobre inclusão e justiça social. Como mulher trans/travesti, autista e gaga, ela desafia as normas preconcebidas, inspirando mudanças e promovendo diálogos cruciais.

Graduada em administração, Bruna não se contenta em apenas seguir um caminho convencional. Seu ativismo estende-se para as plataformas digitais, onde, sob os perfis @brunaluisagago no Instagram e Facebook, ela articula questões políticas com uma lente crítica. Sua abordagem destaca a importância da interseccionalidade, reconhecendo a multiplicidade de identidades e experiências dentro de comunidades marginalizadas. Com um olhar afiado para a inclusão no mercado de trabalho e na sociedade em geral, Bruna ilumina as intersecções entre luta de classes, identidade de gênero e deficiência, desafiando estereótipos arraigados.

É alarmante o fato de apenas 0,1% a 0,3% das pessoas trans e travestis conquistarem acesso à educação superior, refletindo uma realidade de exclusão sistemática. A expectativa de vida de pessoas trans e travestis e autistas, de 35 e 36 anos, respectivamente, destaca a urgência de ações concretas para enfrentar essas disparidades gritantes.

Comprometida em amplificar vozes silenciadas, Bruna fundou o canal de YouTube “Bruna Gago – TRANSgressão”, um espaço vital para a visibilidade e o empoderamento das comunidades marginalizadas. Ao desafiar a narrativa hegemônica, ela dá voz àqueles que foram historicamente marginalizados, desafiando noções preconcebidas de normatividade e aceitação.

Sua jornada rumo à visibilidade e empoderamento começou com um simples conselho de sua psicóloga: falar e reivindicar sua voz. O canal “TRANSgressão” não apenas desafia a hegemonia pública, mas também aborda questões cruciais, como a exploração econômica das pessoas trans e travestis no mercado do sexo. Bruna questiona se a prevalência alarmante de pessoas trans e travestis no trabalho sexual é uma escolha genuína ou uma consequência da marginalização sistêmica, destacando a necessidade urgente de oportunidades de emprego formal e seguras.

No âmbito da deficiência, Bruna não apenas enfrenta os desafios impostos pela sua gagueira, mas também utiliza seu sobrenome como uma bandeira política. Como membro do Coletivo Orgulho Gago, ela luta pela inclusão das pessoas gagas no reconhecimento das pessoas com deficiência no Brasil. Crítica do modelo biomédico da deficiência, Bruna destaca a importância de reconhecer e respeitar a diversidade de experiências dentro da comunidade autista.

Sua participação na revista Marie Claire, edição 388, destaca sua influência crescente como uma voz autorizada na interseção de sexualidade, identidade de gênero e deficiência. Entrevistada por Camila Cetrone, Bruna Gago desafia as normas estabelecidas, promovendo diálogos essenciais sobre inclusão e aceitação.

Bruna Luisa Gago personifica a resistência e a esperança em um mundo que muitas vezes falha em reconhecer a beleza da diversidade humana. Sua jornada é um lembrete poderoso de que a mudança começa com a coragem de se levantar e falar, mesmo quando o mundo insiste em silenciar as vozes marginalizadas.

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